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14.9.08

Emissão de 13 de Setembro de 2008

Nesta emissão dedicada exclusivamente à música nacional, foi rodada a entrevista efectuada aos Deolinda em 9 de Agosto, dia em que actuaram no festival Sudoeste. A propósito dos Deolinda, foi lançada neste programa uma petição para propor o seu tema "Movimento Perpétuo Associativo" como novo hino nacional. A petição pode ser lida e assinada em www.peticao.com.pt/hino-deolinda.
Alinhamento:

1. Dazkarieh – Olhos de Maré (Incognita Alquimia, 2006);
2. Stockholm Lisboa Project - Fado do Ribatejo / Hokpers Vals (Sol, 2007)
3. Deolinda – Fon Fon Fon (Canção ao Lado, 2008);
............Entrevista com os Deolinda no Sudoeste..............
4. Deolinda – Movimento Perpétuo Associativo (Canção ao Lado, 2008);
5. Ronda dos Quatro Caminhos – Condessa d'Aridão (Sulitânia, 2007)
6. Marenostrum – Fado da Ilha (Almadrava, 2005);
7. Melech Mechaya – Zemeri Biffs (Melech Mechaya, 2008);
8. Melech Mechaya – Noite Tribal (Melech Mechaya, 2008);
9. Melech Mechaya – Miserlou (Melech Mechaya, 2008);
10. M-Pex – Melodia Perdida (Phado, 2007);
11. Cordis – Sede e Morte (Cordis, 2008);
12. José Mário Branco – Inquietação (Ser Solidário, 1982);



Destaque discográfico da emissão:

Melech Mechaya - Melech Mechaya

Com origens no século XV, a música klezmer formou-se a partir do estabelecimento de uma forte comunidade judaica nos países da europa central e de leste. Misturando aspectos da sua própria cultura com elementos dos países onde se instalavam, nomeadamente a música cigana, formou-se assim um estilo músical muito particular, frequentemente festivo e marcado em termos instrumentais pela forte presença do violino e da flauta ou, numa fase posterior, do clarinete.

É este estilo que serve de base ao repertório dos Melech Mechaya, uma das primeiras bandas portuguesas a pegar neste universo sonoro tão peculiar, o que lhes garante desde logo uma identidade muito própria no seio do nosso país. Juntando o klezmer com outros sons exóticos vindos de outros paragens, como o oriente, este projecto acaba de lançar este seu EP de estreia. Tal como todos os EP's, este é naturalmente bastante curto: 4 originais e uma versão para o clássico tradicional grego "Miserlou", celebrizado pela adaptação surf de Dick Dale e pela sua inclusão na famosíssima banda-sonora de "Pulp Fiction" de Tarantino. Possuidor de uma elevada consistência qualitativa ao longo de todos os temas, este EP sabe naturalmente a pouco, pela sua dimensão muito reduzida. Venha o album para tirarmos conclusões mais concretas.

11.9.08

Ainda o Andanças...emissões especiais de Artesanato Sonoro



Já com um considerável atraso, aqui fica o balanço da 13ª edição do festival Andanças e das duas emissões especiais dedicadas ao efeito.


Emissão de 23 de Agosto - Especial Andanças, parte I:

Esta emissão contou com a presença de dois convidados que estiveram na edição deste ano do festival, Alexandra Moreira e António Neto, que, com o seu testemunho e a sua visão pessoal sobre o Andanças e sobre algumas das suas actividades e concertos, muito enriqueceram este especial.

Ao longo do programa ouvimos excertos de entrevistas com João Gentil e Luís Formiga, No Mazurka Band e Uxukalhus.

Em termos musicais, ouvimos os seguintes temas:
. Olive Tree Dance - Bezouro
. João Gentil e Luís Formiga - Desfolhada
. No Mazurka Band - ELvira
. Galandum Galundaina - Fraile Cornudo
. Uxukalhus - Erva Cidreira


Emissão de 30 de Agosto - Especial Andanças, Parte II

A 2ª parte deste especial contou apenas com um convidado, António Neto, repetente da semana anterior. Em contrapartida, para aumentar a multiplicidade de perspectivas sobre o Andanças, rodou no programa um excerto de uma recolha de testemunhos sobre o mesmo, que realizei no próprio festival.

Para além disto, tivemos ainda alguns momentos das entrevistas com Alafum, Amanida Folk, Mu e Pé Na Terra

No que à música diz respeito, este foi o alinhamento:
. Alafum - Desgarrada Beirã;
. Amanida Folk - Hora;
. Mu - Oi Na Gori
. Mandrágora - Candelária;
. Pé na Terra - Sentir


Balanço do festival:

Dado que já muito foi dito acerca das especificidades deste festival, enquanto conceito e pelo seu ambiente muito particular, vou-me concentrar essencialmente na parte musical do festival, através de pequenas análises aos concertos que vi.
De qualquer das formas, não quero deixar de, tendo sido a minha estreia no Andanças, expressar a minha surpresa pelo ambiente de comunhão que se vive no festival; pela lógica profundamente ecológica do mesmo; pela extraordinária oferta de concertos e actividades de aprendizagem de instrumentos, dança, relaxamento, etc; pela ausência de barreiras entre músicos e particpantes... por todo um conjunto de coisas que tornam definitivamente o Andanças num festival muito peculiar e diferente dos demais. Em todo o caso, se pretenderem ter uma visão mais aprofundada sobre o estilo de festival que é o Andanças e sobre alguns pormenores desta edição de 2008, aconselho-vos vivamente a lerem a análise bastante completa e aprofundada do António Neto em http://amesadecafe.wordpress.com/2008/08/15/festivais-de-verao-andancas-2008/.

Dado que existiam muitas vezes 3, 4 ou mais concertos em simultâneo, as opções eram muitas das vezes difíceis. Em todo o caso, estes foram os 7 concertos a que assisti de modo mais consistente:

João Gentil e Luís Formiga - Uma surpresa. O cruzamento entre apenas bateria e acordeão poderia parecer estranho à partida, mas nas mãos destes dois músicos não o é, havendo uma combinação muito interessante dos dois instrumentos. Com um alinhamento bastante eclético (se calhar eclético de mais, talvez com um pouco menos de diversidade o concerto tivesse sido ainda mais consistente), que vai desde o tango à música tradicional portuguesa ou do clássico ao jazz, o duo deu um concerto em crescendo, acabando com a tenda completamente cheia e com o público ao rubro.

No Mazurka Band - Os No Mazurka Band são um colectivo cuja componente instrumental assenta essencialmente nos sopros. No entanto, se estão a pensar que pode haver alguma ligação com grupos como os Gaiteiros de Lisboa ou os Galandum Galaundaina, no mínimo ao nível das influências, estão enganados. Aqui privilegia-se essencialmente o baile português e menos a parte técnica, integrando-se o grupo no imaginário MRPP, que no caso quer dizer Movimento Radical Pastoril Português. Actuando como uma big-band (dada a presença em palco de elementos extra-banda) e com a particularidade de conterem na sua formação responsáveis pela coordenação da dança, o grupo contou com uma forte adesão do público, que de forma contagiante dançou temas do Algarve a Trás-os Montes, passando por originais dos No Mazurka Band.

Amanida Folk - Mais um grupo totalmente desconhecido para mim, mais uma absoluta surpresa. Vindos da Catalunha, os Amanida Folk misturam guitarra, violino, violoncelo, flauta, clarinete e acordeão e diversos estilos musicas como o klezmer, a folk irlandesa, o som dos balcãs ou a música tradicional catalã, numa mezcla que resultou particularmente bem neste formato ao vivo. Como tal, não admira o nome da banda, já que "amanida" quer dizer em catalão "salada".

Alafum - Já com um longo percurso musical (estão a comemorar agora 25 anos de carreira), este projecto do distrito de Viseu dedica-se essencialmente à recriação do cancioneiro de Lafões, pelo que estava em São Pedro do Sul a tocar autenticamente em casa. Tratando-se de uma proposta mais próxima da raiz do que os restantes concertos a que assisti, os Alafum são a prova de que ainda é possível fazer música tradicional mais pura e menos subversiva com qualidade e capaz de atrair um público diversificado. Até porque, mostrando adaptação aos novos tempos, o seu repertório já não se limita à tradição de Lafões, incluindo outras linguagens como as polkas ou a contradança.

Uxukalhus - Que dizer da música dos Uxukalhus... Que escutar o trad-folk-rock (como eles se auto-caracterizam) do seu album A Revolta dos Badalos e dos seus concertos ao vivo é uma experiência sensorial e quase revolucionária, pela fusão incrível da tradição com outros ritmos que passam pelo ska, pelo rock ou pelo hip-hop, isso já o sabia. Agora vê-los no palco principal do Andanças é outra história. Não só porque o público os acarinha e vibra com a sua música de modo muito próprio, mas também porque a alegria e a expontaneidade que vêm do palco são ainda mais irresistíveis. Misturando originais com adaptações explosivas de tradicionais como o "Regadinho", o "Erva Cidreira" ou a "Saia da Carolina, os Uxukalhus deram um concerto absolutamente incrível, ainda mais intenso por se tratar do formato Uxu Kalhus Transe, em que a componente da percussão tem um maior impacto.

Pé na Terra - Fabuloso. A magia e a garra do album homónimo de estreia deste projecto do Porto, lançado já este ano, ganha uma nova alma ao vivo. Não só na recriação dos momentos mais fortes e contagiantes do disco e na adaptação do tradicional "Macelada" (ausente do disco), mas também nos momentos mais calmos e intimistas como o início da "Balada do Sino" e do "Pedrinhas" ou o "Raio de Sol", em que a força dá lugar à melancolia e a minutos de profunda beleza, funcionando como um contraste muito interessante entre essas duas vertentes distintas da música dos Pé na Terra. Destaque ainda para a presença dos Mu num dos últimos temas, para o momento em que o grupo vem tocar para junto do público (o Andanças a marcar a sua diferença, enquanto festival sem barreiras), ou, para culminar em grande este concerto, a repetição do sublime e arrepiante "Sentir", sem dúvida um dos grandes temas de 2008.

Mu - Também do Porto, a música dos Mu é um verdadeiro caldeirão sonoro, que vai desde o som do didgeridoo australiano, até aos sons do Leste europeu, passando por alguns ritmos orientais e que está, em termos discográficos, retratada em 2 albuns: Mundanças de 2005 e Casa Nostra de 2008 (a caracterização ideal da música dos Mu é feita pelos próprios no booklet do primeiro disco). A actuação ao vivo dos Mu no Andanças não desiludiu estes pressupostos: a sua construção musical tão rica e apurada, numa grande fusão em que imperam os princípios do claro bom-gosto, resulta num concerto ao vivo muito diversificado e rechado de motivos de interesse. Para além da performance dos próprios Mu, por si só suficientemente aliciante, o concerto foi ainda mais valorizado pela presença em palco da ex-Dazkarieh Helena Madeira, que já colaborou, com a sua voz incrível, em 3 temas do album Casa Nostra, e, na parte final do espectáculo, de Renato dos Olive Tree Dance e de um conjunto de percussionistas dos Semente e dos Dyabara

6.9.08

emissão de 6 de Setembro de 2008

Em passeio pela África Ocidental, da Nigéria à Gâmbia, da Guiné ao Senegal, terminando no Congo-Kinshasa.

Ofege "Adieu"; Ofo The Black Company "Eniaro" & The Elcados "Ku mi da hankan" - Nigeria Rock Special (2008)
Justin Adams & Juldeh Camara "Sanakubay" - Soul Science (2007)
Toubab Krewe "Djarabi" - Toubab Krewe (2005)
Balla et ses Balladins "Touré" & "Lumumba" - The Syliphone Years (2008)
Les Amazones de Guinée "Wamato" & "Milleures Voeux" - Les Amazones de Guinée (2008)
Orchestra Baobab "On verra (ce soir)" - A Night at Club Baobab (2006)
Konono No. 1 "AEIOU" - Live at Couleur Café (2007)

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4.9.08

Festa do Avante 2008


Vieux Farka Touré e boa música portuguesa.


A festa do Avante recebe, uma vez mais, alguns dos grandes nomes da "world music" que passam por Portugal em cada verão. Sexta feira, dia 5, estejam atentos ao concerto de André Cabaço, uma das boas propostas da nova música moçambicana. Vieux Farka Touré, filho de Ali Farka, é a cabeça de um cartaz que conta ainda com as actuações de Júlio Pereira, Toques do Caramulo e Galandum Galundaina - tudo isto, no Sábado, dia 6 de Setembro. No Domingo, dia 7, destaque para as actuações de Mu e Xaile, dois projectos revelação de inspiração tradicional portuguesa. Há boas razões para ir até à quinta da Atalaia e participar na festa do PCP, ainda que possa ser por motivos musicais e não políticos.

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