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28.4.08

Emissão portuguesa de 26 de Abril de 2008

Alinhamento do programa:

1. Realejo – Amanhecer (Cenários, 1997);
2. Fol&ar – Valsa do João Sem Medo (-, 2007);
3. Mandrágora – E Pia o Mocho (Mandrágora, 2005);
4. Arrefole – Água Sagrada (Veículo Climatizado, 2006)
5. Stockholm Lisboa Project – Amelia (Sol, 2007)
6. M-Pex – Hydheia (Phado, 2007);
7. M-Pex – Phado Menor (Phado, 2007);
8. M-Pex – Melodia da Saudade (Phado, 2007);
9. António Zambujo – Chamateia (Outro Sentido, 2007);
10. Adriano Correia de Oliveira – Trova do Vento que Passa (Fados de Coimbra, 1963);
11. Zeca Afonso – Os Vampiros (Baladas de Coimbra, 1963);
12. Sérgio Godinho – Liberdade (À Queima Roupa, 1974)


Destaque da emissão:

M-Pex - Phado


Depois de projectos como Novembro, A Naifa, Donna Maria ou Stockolm Lisboa Project, agora é a vez de Marco Miranda enquanto M-Pex ir ainda mais longe, no que às novas perspectivas do fado diz respeito.

Com influências iniciais predominantemente no mundo da música electrónica, estilo que inclusive divulgava num programa da Rádio Zero do Instituto Superior Técnico, foi através do seu avô Luís Tomás Pinheiro que Marco Miranda ganhou admiração pela guitarra portuguesa, tendo mesmo ambos tocado juntos numa casa de fados durante alguns anos. Assim sendo, é com estes pressupostos que surge agora de forma surpreendente e arrojada este seu primeiro album, com o sugestivo e subversivo título de Phado. O album é então marcado pela mezcla entre a presença imponente e maravilhosa da guitarra portuguesa e os samples e programações electrónicas, ora mais ambientais (em "Phado" ou "The Cloud's Whispering Song"), ora mais intensos e dançáveis, (em "Hydheia" ou "Phadistikal"). O resultado final não será possivelmente consensual, podendo originar até críticas de alguns puristas do fado ou da electrónica, mas quem ouvir este Phado com horizontes alargados e aberto à novidade perceberá facilmente que não só temos aqui um disco cheio de identidade própria e características muito específicas, algo tão importante no mundo globalizado actual que aniquila a diferença, como a música nele presente tende a envolver-nos sempre mais a cada vez que o escutamos. Basta ouvir a aproximação arrepiante a Carlos Paredes em "Melodia Perdida" ou, principalmente, em "Melodia da Saudade" para percebermos que está aqui um grande talento e um nome a seguir com atenção no futuro.

19.4.08

Emissão de 19 de Abril de 2008

Música dos EUA, Jamaica e Brasil, e um golpe islamo-surrealista a terminar.

James Brown - "Intro", "Think", "I want to be around" - The complete Apollo concert
Rev. Gary Davis - Candyman - Beginner's guide to american roots
Phil Ochs - Ballad of Alfred Packer - idem
Peggy Seeger - Gonna be an engineer - idem
Crystalytes - The Undertaker - For a few dollars more: 28 shots of western inspired Reggae
Junior Byles - Mumbling and Grumbling - Lee Perry & Friends: Chapter 3: Live as one
Upsetters - For a few dollars more - For a few dollars more
Brother Dan All Stars - Shoot them amigo - idem
Jackie Mittoo - Get up and get it - The keyboard king at Studio One
Jacob Miller - Tenement Yard - The story of Jamaican music (cd 3)
Jackie Mittoo - Oboe - The keyboard king at Studio One
Meirelles - Na baixa do sapateiro - The Brazilian Funk Experience
Os Devaneios - Embalo diferente - idem
Novos Baianos - Tinindo trincando - Brazil 70
Elza Soares - Chove chuva - The Brazilian Funk Experience
Raúl Seixas - As aventuras de Raúl Seixas na cidade de Thor - Brazil 70
Omar Souleyman - Dabke 2001 - Highway to Hassake

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13.4.08

Emissão de 13 de Abril - Destaque à colecção Éthiopiques


1ª emissão do destaque à colecção de música Etíope, Éthiopiques!

Limitada a norte pela Eritreia, a leste pelo Djibouti e Somália, a sul pelo Quénia e a oeste pelo Sudão, a Etiópia marca a costa oriental Africana pela riqueza cultural e desportiva que cultiva e divulga.
Ao aperceber-se do potencial musical existente em Adis Abeba, Francis Falceto - da editora parisiense Buda Musique, compilou e lançou a série Éthiopiques em 1997 (inicialmente dedicada a música popular dos anos 60 e 70, inclui agora destaques específicos a artistas, estilos ou música tradicional...).
Em 23 álbuns, define-se um marco histórico da música Africana, que inclui os nomes de ouro de uma geração de músicos única. No primeiro programa apenas tivémos tempo para ouvir os 12 primeiros discos. Em breve, um segundo programa completará o destaque ...

Playlist:

Ethiopiques 1- Mèllèssè, Muluqèn -The Golden Years Of Modern Ethiopian Music 1969-1975 - 01 - Hédètch Alu
Ethiopiques- Vol 2 - Djemil Jimmy Mahmed - Tetchawet! Urban Azmaris of the 90's - 12 - Yeheywete Heywet
Ethiopiques 3, golden years of the modern ethiopian musicf - Teferi Felleqe - Aynamaye.
Éthiopiques, Vol. 4- Mulatu Astatqé - Ethio Jazz & Musique Instrumentale, 1969-1974 - 05 - Yègellé Tezeta.
Ethiopiques 5 - Bèyènè Habtè - Tigrigna Music - Tèfqerèni zenebèrèt
Éthiopiques 6 (Almaz) - Mahmoud Ahmed - Ambassel
éthiopiques 7 - mahmoud ahmed - eré mèla mèla - atawurulegn lèla
Éthiopiques, Vol. 8 -Ayalew Mesfin - Hasabé
Ethiopiques 9 - Alemayehu Eshete- Addis Abèba Bété
Ethiopiques 10_ Tezeta (Ethiopian Blues & Ballads)-Frew Haylou - Eyètègnu Nèqu
Ethiopiques 11 -Alèmu Aga - Kèto Ayqèrem Motu (Tu n'échapperas pas à la mort)
Ethiopiques 12_ Konso Music And Songs - Kabalula Kossa_ Xorma

12.4.08

Emissão portuguesa de 12 de Abril de 2008

Alinhamento do programa:

1. Kumpania Algazarra – Supercali (Kumpania Algazarra, 2008);
2. Kumpania Algazarra – Donde La Vida Va (Kumpania Algazarra, 2008);
3. Kumpania Algazarra – Gipsy Reggae (Kumpania Algazarra, 2008);
4. Monte Lunai – Ponte de Sampaio (-, 2007)
5. Diabo a Sete – En Tu Puerta Estamos Quatro (Parainfernália, 2007)
6. Chuchurumel – Tenho um Lilás no Meu Jardim (Posta Restante, 2007);
7. A Naifa – Filha de Duas Maes (Uma Inocente Inclinação para o Mal, 2008);
8. A Naifa – Uma Ligeira Indisposição (Uma Inocente Inclinação para o Mal, 2008);
9. A Naifa – O Ferro de Engomar (Uma Inocente Inclinação para o Mal, 2008);
10. A Naifa – Na Página Seguinte (Uma Inocente Inclinação para o Mal, 2008);
11. A Naifa – Apenas Durmo Mal (Uma Inocente Inclinação para o Mal, 2008);
12. Novembro – Solidão a Dois (À Deriva, 2008)
13. Sétima Legião – A Reconquista (Por Um Tempo Ausente, 1989)




Destaques da emissão:

A Naifa - Uma Inocente Inclinação para o Mal

Depois de 2 albuns aclamadíssimos pela crítica, como o foram Canções Subterrâneas de 2004 e 3 Minutos Antes de a Maré Encher de 2006, que continham pérolas como "Música", "Metereológica", "Monotone", "Señoritas" ou " A Verdade apanha-se com enganos", 2008 marca o regresso aos discos d'A Naifa com este Uma Inocente Inclinação para o Mal, que afirma o grupo definitivamente como um dos porta-estandartes da modernização e actualização do fado no período contemporâneo. É aliás esse facto que abre caminho para uma das grandes contradições do disco: se por um lado este pode ser considerado como o registo da banda mais próximo do fado, pela estética e construção das músicas ou pelo peso mais acentuado da guitarra portuguesa de Luís Varatojo, por outro é muito redutor considerar isto como um album de fado, não só porque seria menosprezar o papel fundamental da secção rítmica que subverte a lógica do estilo, em particular o baixo pulsante de João Aguardela, mas também porque não faz sentido delimitar esta obra maior a um só estilo musical. Outra das diferenças deste album em relação aos anteriores é a existência considerável de um elevado leque de temas em registo intimista, como "Na Página seguinte", "Um Rapaz Mal Desenhado", "Uma Ligeira Indisposição"ou "Apenas Durmo Mal" (aquele final em loop fica-nos irremediavelmente na memória), onde estão alguns dos melhores momentos musicais do disco e onde a voz de Mitó brilha intensamente.

No plano lírico, ao contrário do que sucedeu com os albuns anteriores, em que deram projecção a um conjunto vasto de novos poetas nacionais, em Uma Inocente Inclinação para o Mal as letras foram todas escritas por Maria Rodrigues Teixeira, que conheceu os elementos da banda após um concerto em Tondela, tendo-se depois estabelecido esta parceria. As letras, aparentemente ingénuas, inocentes e quase sem sentido, escondem um carácter negro, alguma ironia e um tom de sátira social ("vivo do que me dão/ nunca falto às aulas de esgrima/ e todos os dias agrdeço a deus/ esta depressão que me anima" em "Esta depressão que me anima", por exemplo).

Em suma, A Naifa ao seu 3º album elevou ainda mais a parada, construindo aquele que é, para mim e desde já, um dos grandes discos nacionais de 2008.

Nota: Tive o prazer de assistir ao primeiro concerto de apresentação deste album, realizado no Museu dos Trasportes, em Coimbra, dia 3 de Abril. Foi, na minha perspectiva, atendendo às características mais intimistas do novo album e ao facto de se tratar de um espaço pequeno, o sítio ideal para este concerto. Durante pouco mais de uma hora (uma das poucas coisas negativas do espectáculo, o facto de ter sido tão curto) deram um óptimo concerto, com pouca interactividade com o público (quando a música fala por si, isso é quase irrelevante), mas que, contudo, terminou em apoteose com a vibrante versão da "Desfolhada" de Simone de Oliveira.


Kumpania Algazarra - Kumpania Algazarra



Como resistir, imóvel e indiferente, ao ska de "Skabicine", ao reggae balcanizado de "Gipsy Reggae", aos ritmos latinos, quase cubanos, de "Donde la vida va", à mistura de música dos balcãs com elementos portugueses em "Oh Cidade" ou à ode contagiante a Mary Poppins em "Supercali"?

Depois de terem dado nas vistas no EP Kumpania Algazarra de 2005 e, essencialmente, na colaboração com os também indescritíveis Blasted Mechanism, em "Battle of Tribes" do seu último de originais Sound in Light, chega agora às lojas este primeiro longa-duração de originais da Kumpania Algazarra, também homónimo. Vindos de Sintra, este enorme colectivo, constituído por cerca de 10 elementos e onde predominam instrumentos de sopro como saxofone, clarinete, trombone ou flautas, afirma-se definitivamente neste disco como uma verdadeira banda de música do Mundo, no que essa expressão pode ter de mais verdadeiro, dado que misturam diversos estilos musicais e elementos de diversas culturas provenientes de pontos geográficos completamente distintos e interpretam temas em diversas linguas como português, francês, iglês ou espanhol.

Aqui ficam alguns dos termos que poderão servir para caracterizar na perfeição este projecto: festa, folia, farra, energia, diversão, vibração, frenesim... Para poder comprovar tudo isto de forma ainda mais acentuada só falta ouvi-los naquele que deverá ser, com certeza, o habitat por excelência da banda, ou seja, o palco, seja ele onde for.

6.4.08

emissão de 5 de abril

King Tubby

Roy Haynes – Quiet Fire
Orchestra Baobab – Gnawoe
Bonga – balumukeno
La Goutte au Nez – Hongroise les doigts
The Skatalites – Malcom X
The Skatalites – Fidel Castro
The Skatalites meets King Tubby - Kimble Dub
King Tubby - Great Stone
The Skatalites meets King Tubby - African Roots Dub
Yabby You & the Prophets - Conquering Lion

por rui veiga

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