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16.8.07

Festival Músicas do Mar

Tony Allen, principal nome da primeira edição do festival.

Atenta, a câmara municipal da Póvoa do Varzim, introduz, no circuito nacional das músicas do mundo, mais um festival. Num ano que se quer de experiência, pretende-se que o cartão de visita seja arrojado. A atitude é de louvar, não só pelo alargamento do panorama musical vigente, como também pelo facto de, a partir de uma primeira edição, poder vir a nascer mais um festival de referência, capaz de levar até à Póvoa público conhecedor e entusiasta, de todo o país.
A festa arranca dia 30, com o guitarrista português Joel Xavier e com o “inventor” do afro-beat (e talvez o grande nome da primeira edição), Tony Allen.
Seguem-se, a 31, os almadenses O’Questrada - uma fusão de fado, ska e funaná e o cipriota Alkinoos Ioannidis, fundidor de tradição grega e cipriota com música clássica, jazz e rock. Raquel Bulha e Álvaro Costa fecham a noite, com uma sessão de Dj Set.
A Setembro,1, os italianos radicados em Lisboa, Anonima Nuvolari animam as ruas da cidade (às 18h30). Os argentinos Escalandrum - do neto do lendário bandoneonista Astor Pizzolla fundem, nessa mesma noite, tango com jazz contemporâneo. Segue-se a Banda Eddie, com a sua interpretação de “mangue-beat”, música nascida espiritualmente nos manguezais do Recife. O Bailarico Sofisticado (já depois da meia-noite), fecha o dia com uma sessão que se pretende explosiva.
A primeira edição do festival termina no domingo, dia 2 de Setembro, com a animação itinerante da Kumpania Algazarra e com a mescla de rumba, dub, cumbia, sarao, blues, boogie-woogie e reggae dos catalães La Troba Kung-Fú, de Barcelona.

6.8.07

Entrevista a D'Orfeu




"A d'Orfeu é uma associação cultural que iniciou actividade em 1995 em Águeda com o objectivo de dinamizar actividades culturais através da música e da sua relação com todas as outras formas de expressão. "

O Artesanato Sonoro procurou saber mais sobre esta associação cultural que já trouxe muitos grandes nomes das músicas que se faz neste mundo, como por exemplo, Fanfare Ciocarlia, Loyko, Besh O'Drom, Kepa Junkera ou Luís Pastor, entre muitos outros.
Fizemos as perguntas e Luís Fernandes - Músico, Coordenador e Gestor Cultural e também Programador da D'Orfeu - deu-nos as respostas..


Há quanto tempo existe a D'Orfeu? Numa forma simples dá para dizer surgiu o
espaço d'Orfeu?

LF:A d'Orfeu foi fundada em 1995 e durante os dois primeiros anos funcionou numa casinha alugada à beira-rio, lançando as bases do diverso trabalho cultural pelo qual veio a ser reconhecida tempo fora, com destaque inicial para a Escola de Música Tradicional que ainda hoje funciona. Há cerca de dez anos, descobrimos o actual Espaço d'Orfeu que, sem deixar de ser também um edifício alugado, suportou até hoje toda a dinâmica da Associação e é a sua cara.

Ainda referente à primeira pergunta, como é que uma associação cultural numa cidade relativamente pequena como a de Águeda consegue crescer de forma exponencial e deixar a sua marca singular, no panorama das músicas tradicionais em Portugal?é preciso muitos sacrifícios?
LF:Sacrifícios são o pão nosso de cada dia na área da Cultura, em qualquer local deste país. Águeda deu-nos ainda algumas dificuldades acrescidas que ultrapassámos e vamos ultrapassando por devoção ao nosso berço cultural. Quanto à marca singular no panorama das músicas tradicionais, só é singular pelo facto de lhe atribuirmos uma dedicação continuada e estruturada entre poucos casos num país cuja oferta nesta área é já bastante mas algo avulsa e dispersa.
De momento quais são os projectos desenvolvidos pela D'Orfeu e quais os eventos de realçar com assinatura d'Orfeu?
LF:Em http://www.dorfeu.com/ diz tudo.

Fale-nos sobre a programação de Julho e de Agosto da d'Orfeu.
LF:Após um acontecimento marcante como 'Rio Povo', uma enormíssima e gratificante em pleno Rio Águeda que nos envolveu até às estopinhas e cuja concretização ­ brihante, por sinal ­ foi um novo passo de maturidade para a Associação, houve ainda oportunidade para retomar o Festival Temático Músicas Mundo, que não programávamos desde 2005. Já a seguir, a par de um
trabalho de bastidor com vista aos eventos do próximo Outono (fiquem atentos!), estamos em digressão ibérica com 'Toques do Caramulo' com uma série de datas em importantes festivais em todo o ocidente da península, da Galiza ao Algarve.

Apesar de ainda irmos a meio deste ano podes afirmar que este ano é o ano dourado para a D¹Orfeu, isto muito por culpa do lançamento do albúm dos Toques do Caramulo?

LF:Sendo tão importante o CD 'Toques do Caramulo é ao Vivo!' como uma série de outros acontecimentos de 2007, o ano é de novas lutas e necessariamente também de conquistas, com o início da vigência Protocolo plurianual de cooperação com a Câmara Municipal de Águeda, algo que era decisivo para o futuro da oferta cultural local e cujos primeiros resultados estão já aparecer.
Sabemos que és o mentor do grupo Toques do Caramulo, foi difícil a descoberta das músicas esquecidas da Serra do Caramulo e torna-las dinâmicas e festivas?Como é a reação das pessoas mais velhas, as conhecedoras dos temas que vocês tocam?
LF:Tocamos para um público que, na sua maioria, não conhece o repertório original, mas fica com essa curiosidade. Apenas localmente sucederá as pessoas poderem comparar a matriz original com o resultado da nossa intervenção criativa sobre modinhas conhecidas de todos. Se avaliarmos pelo facto de o CD ao vivo ter sido gravado em Águeda, com público minimamente
conhecedor e, esse, ter feito a festa que fez, julgamos ser pertinente e válido o caminho artístico que quisemos dar a este manancial de canções (sujeito a ficar-se, algo tristemente, pelo retrato folclórico).

Obrigado pela atenção!
Um Abraço,
Rui Veiga
Artesanato Sonoro - Ru( - 107.9 FM

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