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31.5.08

Emissão portuguesa de 24 de Maio de 2008


Esta emissão contou com a presença de Silvia Franklim do GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra). Para além de falar um pouco sobre a realidade deste histórico projecto dedicado à cultura popular nacional e de ter conversado comigo sobre outras questões envolvendo a vertente tradicional da música e não só, a Sílvia, a quem aproveito para mais uma vez agradecer, trouxe consigo um conjunto de óptimas propostas musicais do próprio GEFAC (se quiserem saber mais sobre este colectivo, consultem o site www.uc.pt/gefac)

Este foi o alinhamento do programa

1. José Mário Branco & Fausto – Canto dos Torna Viagem (Resisitir é Vencer, 2004);
2. Júlio Pereira – Colares de Luz (Geografias, 2007);
3. GEFAC – Quadrilha
4. GEFAC – Cativo
5. Galandum Galundaina – Se Tou Pai Me Dera (Modas i Anzonas, 2005);
6. Mandrágora – O que Calma Vai Caindo (Escarpa, 2008);
7. Mandrágora – Candelária (Escarpa, 2008);
8. Mandrágora & Francisco Silva – Abaixo Esta Serra (Escarpa, 2008);
9. Mandrágora & Helena Madeira – Turbilhão (Escarpa, 2008);
10. GEFAC – Alta Vai a Lua
11. GEFAC – Saudade

Destaque discográfico da emissão:

Mandrágora - Escarpa



Provenientes do Porto, os Mandrágora surpreenderam muito boa gente em 2005 quando lançaram o seu óptimo album homónimo de estreia, na senda da musica tradicional portuguesa. Aclamado pela crítica, esse disco valeu-lhes na altura o prestigiado prémio Carlos Paredes, prémio entregue anualmente pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ao melhor album português de música instrumental não erudita.

Três anos depois, eles estão de volta com um novo disco, intitulado Escarpa e lançado pela Hepta Trade, por onde têm passado outros nomes importantes da música nacional, como os Uxukalhus ou Dazkarieh. Ainda antes da sua edição, ficou feita a promessa e o anúncio, pela própria banda, de que os Mandrágora iriam agora enveredar por uma abordagem mais urbana, com intodução de elementos ligados ao jazz e até ao rock progressivo. Foi então com estes pressupostos e com imensa expectativa que o album chegou até nós, há cerca de um mês.

"Candelária", primeiro tema do album, é logo um extraordinário cartão de visita. Depois de um início com uma linha de baixo a cargo de João Serrador (tal como Sérgio Calisto, responsável por instrumentos como o violoncelo ou o bouzouki, uma das novidades na formação dos Mandrágora que muito enriqueceram o disco) e da presença fabulosa do saxofone surge, no tema, uma espécie de interlúdio à guitarra clássica, num daqueles momentos mágicos e magistrais que simplesmente se sentem e não se explicam, abrindo caminho a um final sublime, com a gaita-de-foles em destaque. A partir daqui, esperam-nos outras grandes faixas como "Ervamoura" (com um período só com percussão, a entrelaçar, de forma muito interessante, dois vibrantes e intensos momentos de gaita-de-foles), "Malagrado" (com a presença de dois instrumentistas internacionais: Matteo Dorigo na sanfona e Simone Bottasso na concertina), "O Que Calma Vai Caindo" (adaptação de um tema tradicional da Beira Baixa) ou "Escancaras", misturando, tal como prometido, a tradição com sonoridades mais modernas. Apesar de, tal como o disco de estreia, ser uma obra quase toda instrumental, merecem absoluto destaque os únicos dois temas com voz: "Abaixo Esta Serra", com Francisco Silva do óptimo projecto Old Jerusalém (a surpreender, ao cantar em português com a sua voz intensa e emocional, merecendo todo o louvor), e a fechar "Turbilhão", com Helena Madeira, ex-Dazkarieh. Estará aqui, neste último tema, de forma tenúe, alguma da fusão étnica dos Dead Can Dance ou alguma da intensidade e do nervo dos Primitive Reason? Talvez sim, talvez não, mas o que mais importa é que finaliza, em grande, esta obra-prima.

A raíz que se plantou no início, agora se fez formoso arbusto, diziam os Mandrágora metaforicamente a propósito do lançamento de Escarpa. Iria mais longe, dizendo que, mais do que apenas um formoso arbusto, os Mandrágora são já uma árvore florida cheia de fruto, ou seja, uma das grandes bandas portuguesas da actualidade e só uma postura nacional demasiado autista os poderá desvalorizar.

Nota: A próxima emissão de Artesanato Sonoro dedicada à música portuguesa decorrerá dia 7 de Junho e contará, em princípio, com uma entrevista telefónica com Pedro Viana dos Mandrágora.

25.5.08

ainda Maio, desta feita: 25



Destaque para os concertos de Deolinda e Toumani Diabaté, na próxima semana em Coimbra. Com oferta de alguns bilhetes durante o programa. Não percam as emissões da RUC durante os próximos dias porque há mais bilhetes para oferecer para estes dois concertos!
Mais informação sobre os Deolina e o seu novo disco aqui!
E, sobre o Toumani Diabaté, incluindo as datas dos concertos em Portugal, aqui!
Já agora, estes são dois concertos com produção da Sons Em Transito que têm mais concertos agendados para este Verão, a ver aqui!

Durante este programa tivémos ainda tempo para lembrar o festival Uma Casa Portuguesa,
na Casa da Música, no fim-de-semana passado.

[ alinhamento aqui: ]

ali f. touré & toumani diabaté - debe
toumani diabaté & ballake sissoko - bi lamban
ali f. touré & toumani diabaté - simbo
toumani diabaté - kita kairá

souad massi - soon
amadou et mariam - sarami
afel bocoum - Alasida
tinariwen - Eh massina Sintadoben

deolinda - fado toninho
deolinda - não sei falar de amor
deolinda - eu tenho um melro

toques do caramulo - dália ó Linda Idália
Gaiteiros de Lisboa - Era não era do tamanho de um pardal

18.5.08

Emissão de 18 de Maio - Destaque à colecção Éthiopiques


2ª parte do destaque à colecção de música Etíope, Éthiopiques!

Passou cerca de um mês (foi a 13 de Abril), desde o primeiro destaque à colecção Éthiopiques. Hoje, concluíu-se o que tinha ficado a meio ...

Playlist:

Éthiopiques 13 - The Golden Seventies Ethiopian Groove - Tamrat Fèrèndji & Sensation Band-Antchin Yagègnulèt
Éthiopiques 14 - Gétatchèw Mèkurya - Negus of Ethiopian Sax - Yèné hassab gwadègna
Éthiopiques 15 - Yèzinna Nègash-Sèqota I
Éthiopiques 16 - The Lady With The Krar - Alèmyé
Éthiopiques 17 - tlahoun gèssèssè - aykèdashem lebè
Éthiopiques 18 - taddèssè Andarguè- Arada
Éthiopiques 19 - Mahmoud Ahmed - Etu Gèla
Éthiopiques 20 - Live In Addis - EitherOrchestra - Antchim endèléla
Éthiopiques 21 - Emahoy Tsegué-Maryam Guèbrou - Mother's love
Éthiopiques 22 - Alemayheu Eshete, 1972-1974 - Ambassel (Fast)
Éthiopiques 23 - Orchestra Ethiopia - Yèhetsanu lèqso

15.5.08

Uma Casa Portuguesa

Em quatro noites de concertos, a Casa da Música apresenta alguns dos maiores nomes da música tradicional portuguesa, com destaque para os já históricos Rão Kyao e Júlio Pereira.

Quinta | 15 Maio 2008 | 21:30, Sala Suggia - 22:00

RÃO KYAO e KARL SEGLEM: "Skrey Project"
As tradições musicais portuguesas e norueguesas foram sempre o ponto de partida para as criações destes dois músicos ímpares, que no entanto nunca hesitaram em viajar pelas mais diversas paragens sonoras. É conhecido o fascínio de Rão Kyao pelo Oriente, pelas diferentes geografias que são já inseparáveis da identidade cultural portuguesa. No seu último disco Porto Alto presta tributo ao Pão, Azeite e Vinho, numa viagem pelas raízes da música portuguesa. De igual modo, Karl Seglem é uma instituição no seu país, admirado pelo carácter inovador ao apontar novas ligações entre o jazz e o folk nórdico.

REALEJO

O grupo Realejo combina sonoridades da música tradicional portuguesa e europeia com música de câmara, tendo-se tornado uma das grandes referências entre os novos projectos de música tradicional portuguesa. Fundado em 1990 em Coimbra, conta com instrumentos construídos pelo seu líder, Fernando Meireles, um especialista em sanfonas e cavaquinhos.

Sexta | 16 Maio 2008 - 22:00, Sala Suggia

GAITEIROS DE LISBOA
Desde o início da sua actividade em 1993, os Gaiteiros de Lisboa tornaram-se um dos grupos mais importantes de música tradicional portuguesa. As suas actuações em palco são sempre memoráveis e contagiantes, surpreendendo ainda com a originalidade dos instrumentos que fazem ouvir: desde o Orgaz ao Clarinete acabaçado e ao Cabeçadecompressorofone. O concerto desta noite conta com um alinhamento retrospectivo e comemorativo dos 15 anos de carreira.

LARS-ÀNTE KUHMUNEN
Os Sámi são o povo indígena de uma vasta região que se estende pelo norte de vários países da Escandinávia. A sua forma de canção mais emblemática é o joik, que transporta consigo a espiritualidade e a tradição de séculos de história. Oriundo de uma família de pastores de renas da Suécia, Lars-Ànte Kuhmunen é um dos intérpretes de joik mais representativos e premiados, fundindo de forma única a tradição com a modernidade.


Sábado | 17 Maio 2008 - 19:00, Sala 2

ANNA-KAISA LIEDES E TIMO VÄÄNÄNEN
A terceira noite do Festival Uma Casa Portuguesa abre com dois grandes nomes da música folk finlandesa. Anna-Kaisa Liedes é uma especialista em expressão vocal e uma das cantoras mais conhecidas do seu país na área da world music. Para além de projectos a solo em que explora a improvisação e efeitos sonoros da voz, faz parte do grupo Me Naiset, onde interpreta canções da tradição finlandesa, kareliana e dos povos Setu, Mordvin e outros. Apresenta-se ao lado de Timo Väänänen, um executante de kantele e uma figura essencial na nova música para o instrumento tradicional da Finlândia.
TOQUES DO CARAMULO
Oriundo de Águeda, o agrupamento Toques do Caramulo tem conquistado admiradores em cada um dos muitos locais onde tem tocado em Portugal e Espanha. O primeiro disco, É ao vivo!, confirma a dinâmica do grupo e o ambiente festivo que caracteriza os seus concertos. Toques do Caramulo funde a sonoridade rude da tradição com as cores das novas músicas, recriando de forma livre o repertório esquecido da Serra do Caramulo. Uma revelação da nova música tradicional em Portugal.

Domingo | 18 Maio 2008 - 22:00, Sala Suggia

HAUGAARD AND HOIRUP
O enorme êxito alcançado pelo duo Haugaard & Høirup tem-lhes permitido levar a música tradicional dinamarquesa a todo o mundo, misturando-a de forma elegante com composições originais. A riqueza e imaginação melódica da sua música, pontuada ora por animados ritmos impulsionados pela guitarra acústica, ora por um carácter lírico irresistível do violino, ou até por apontamentos de humor, dão um colorido muito atractivo aos seus concertos. Desde que formaram o duo em 1998, Harald Haugaard e Morten Høirup já mereceram vários prémios que os reconhecem como um projecto ímpar no contexto da música folk dinamarquesa.

JÚLIO PEREIRA
O novo CD de Júlio Pereira - Geografias - assinala o esperado regresso aos palcos do multi-instrumentista e compositor. Ficaram célebres os seus discos Cavaquinho (1981), Braguesa (1982) e O meu bandolim (1992), onde revelava a identidade quase perdida de instrumentos com um enorme potencial expressivo e intimamente ligados às tradições musicais portuguesas. Neste concerto, com o acompanhamento de Miguel Veras (viola) e Sofia Vitória (voz e teclados), volta a trazer para a ribalta os instrumentos tradicionais de cordas e leva-os a percorrer latitudes menos comuns à música portuguesa.

3.5.08

emissão de 3 de Maio 2008 - em busca do sintetizador perdido

Emissão aos saltos de gafanhoto de terra em terra, em busca de sintetizadores lúdicos, bizarros ou simplesmente parvos.

Fela Kuti - Jayen Jayen - Buy America
Geraldo Pine - Heavy Heavy Heavy - Africa 100
Ayalew Mesfin - Hasabe - Africa 100
Matata - Wanna do my thing - Africa 100
James Brown - Cold Sweat - The Complete Apollo Concert
Pacific Express - The way it used to be - Africa 100
Meirelles - Na baixa do sapateiro - The Brazilian Funk Experience
Jackie Mittoo - Get up and get it - The Keyboard King at Studio One
Lee Perry - Clint Eastwood - For a Few Dollars More
The Rudies - Guns of Navarone - For a Few Dollars More
Parliament - Flash Light - Best of Parliament: Give Up the Funk
Omar Souleyman - Dabke 2001 - Highway to Hassake
Nazia Hassan - Aap Jaise Koi - Rough Guide to Bollywood
Konono Nr. 1 - Lufuala Ndongo - Congotronics

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