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30.7.08

26 de Julho, 10º dia FMM.

O dia de todas as trocas ...




Rokia Traoré

A diva maliana transcende-se quando enfrenta um palco. Já assim tinha sido em 2004 e voltou a ser, agora, em 2008. O seu concerto - o melhor da edição do FMM - foi construído, essencialmente, com base em temas de "Tchamantché", o seu último disco, editado em Maio, que revela uma faceta blues, mais intimista. Felizmente para o público, Rokia e os seus músicos foram inteligentes na forma como adaptaram as músicas de "Tchamantché" ao palco do Castelo, ao acrescentar-lhes uma secção rítmica fortíssima. Para além disso, tiveram o cuidado de o reforçar com temas de discos anteriores e com uma versão de "Lady", de Fela Kuti, que ajudou a fechar o concerto em apoteose. Os encantos de Rokia, inesgotáveis, materializam-se na forma sensual como dança e como toca guitarra. É impossível ficar indiferente a um concerto destes, durante o qual os músicos (em especial o baixista), não pararam de elevar o ritmo do concerto e de comunicar com o público através de uma energia muito própria. O concerto deixou saudades. Muitas! Mesmo muitas! Deveria ter sido Rokia a fechar o palco do castelo...

Doran / Stucky / Studer / Tacuma

Foi com um tributo a Jimi Hendrix que se encerrou o sector do castelo da 10ª Edição do Festival de Músicas do Mundo de Sines. Este projecto multinacional (o guitarrista Christy Doran é irlandês, o baterista Fredy Struder e a vocalista Erika Stucky são suiços e o baixista Jamaladeen Tacuma é americano) veio ao FMM trazer um espectáculo exclusivamente constituído por covers de Hendrix, num concerto incendiário, marcado pelo habitual fogo-de-artifício do último dia e com Stucky a assumir-se de forma consistente como a reencarnação feminina do mítico músico norte-americano. Por aqui não faltaram alguns dos seus temas mais emblemáticos, como “Crosstown Traffic”, “Voodoo Child” ou, a fechar, “Hey Joe”,. Em todo o caso, não deixa de ter sido uma opção discutível e estranha terminar esta parte do festival (um momento sempre marcante) com esta vertente claramente rock, atendendo à habitual lógica programática e à aclamação crítica de Rokia Traoré.

Boom Pam

Foi já numa hora consideravelmente tardia (para lá das 4 da manhã) que subiram ao palco os israelitas Boom Pam. No entanto, para quem pudesse pensar que isso iria influenciar negativamente o concerto, não poderia estar mais errado Apelidados por um crítico alemão como o cruzamento entre as bandas-sonoras de Quentin Tarantino e de Emir Kusturica, este músicos deram um concerto cheio de ritmo e bastante longo (terminou quase de dia), cativando o incansável público do festival. Com mais Tarantino que Kusturica e mais surf que balcãs, os Boom Pam assmuiram-se como uma boa proposta para fechar, no que aos concertos diz respeito, esta edição do festival.
Para os ainda resistentes, a organização promoveu, de seguida e enquanto ia nascendo o dia, aquilo a que chamou um “Bailarico Sofisticado”, um conjunto de DJ Set’s ainda com algum sabor etnico. Foi a desdepedida do festival. Agora...resta-nos esperar com nostalgia pelo FMM 2009.


Texto de João Torgal, José Bernardo, José Reis e Rui Veiga.
Nota: Ainda faltam críticas a 3 concertos, a publicar brevemente.

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