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7.12.10

Concerto Richard Galliano e Tangaria Quartet



Richard Galliano e Tangaria Quartet. CCB, 7 de Dezembro de 2010.


Richard Galliano gosta de grandes desafios. O maior da sua carreira, tentar incorporar o acordeão em géneros musicais que nem sequer se lembram que o instrumento existe, ainda está a decorrer. Para o conseguir, estuda alguns dos melhores acordeonistas do mundo (o acordeão é um dos instrumentos que mais viajou e que, por isso, penetrou com grande força em variados estilos musicais tradicionais) e trabalha para criar um estilo próprio, influenciado por várias correntes musicais. Foi um dos músicos que conseguiu dar nova alma à música tradicional francesa. O reconhecimento internacional veio logo depois.

A enorme experiência de Galliano, músico com uma longa carreira iniciada na década de setenta, torna-o um líder natural em palco. Ao vê-lo actuar, percebe-se imediatamente que é um músico marcante, dos que ajudam a melhorar o instrumento que tocam. O concerto foi uma viagem pela carreira de Galliano. Os grandes músicos que o acompanharam (Sebastien Surel no Violino, Phillipe Aerts no Contrabaixo e Rafael Mejias na percussão) tocam com uma naturalidade impressionante, qualquer que seja o género musical. São músicos de formação clássica, trabalhados para seguir as influências do músico francês. A admiração que Galliano tem por vários estilos musicais, ficou bem clara na forma como estruturou o concerto. Até os mais desatentos conseguiram distinguir bases de tango, de jazz, de música nordestina brasileira, de música francesa e de música clássica. É muito difícil criar um conceito válido a partir de tantas referências. O resultado final é muito coerente. Só grandes músicos conseguem trabalhar tão bem as suas influências, a ponto de criar um estilo próprio.
Se estivesse vivo, Astor Piazolla teria adorado. Quim Barreiros (pareceu-me vê-lo bem ao fundo, na última fila) é capaz de ter estranhado.

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