Crítica ao concerto "Le mystère des voix Bulgares", no CCB a 28 de Abril
Vestidas com fatos tradicionais de uma grande beleza, elemento visual essencial que marca a função das mulheres no coro, as vinte e três coristas actuaram em frente à cortina de palco, bem junto do público. Começaram por cantar sozinhas, sem a ajuda da maestrina Dora Hristova, que apenas apareceu na segunda composição. De tão exigente, a técnica vocal obrigou algumas cantoras a abandonar o palco (por culpa da tosse). Com a terceira composição chegou a primeira mudança de disposição em palco - o semi-círculo perfeito transformou-se num pequeno círculo com elementos no centro do palco: as solistas. Assistiu-se, ao longo de todo o concerto, a trocas constantes de elementos em palco, o que trouxe grande dinamismo ao espetáculo (quer no número de solistas, quer no tipo de técnicas utilizadas). A quarta composição foi supreendente: não esperávamos ver as vinte e três mulheres sair de palco e ser substituídas por dois homens. Um dos grande momentos da noite pertenceu a duas irmãs gémea, que fizeram um solo empolgante para o auditório. A grande interpretação da noite, “Pilentze pee”, parecia ter fechado o espectáculo, mas deu apenas o mote para o que foi uma mistura de todas as técnicas de canto ouvidas durante o concerto. A enorme beleza dos arranjos suaves, delicados e transparentes (que tão bem fazem a ponte entre tradição e modernidade) fechou-se num grande êxtase de virtuosismo. Vida longa às intérpretes e aos grandes composítores búlgaros!
Etiquetas: 28 Maio, CCB, Dias da música, Le Mystère des voix bulgares
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