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30.6.10

Emissão de 26 de Junho de 2010

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Orchèstre Poly Rythmo de Cotonou

Dez músicos: dois saxofonistas, um teclista, um baterista, um percussionista, dois (às vezes três) vocalistas, um guitarrista, um baixista e um trompetista...Grande azáfama em palco. Um final de tarde perfeito! Eis a Orquestra Poly Rythmo de Cotonou ... palmas para a banda que se formou em finais de 60, no Benim, e que tocou pela primeira vez em Portugal. Amigos e amigas, bem vindos a África!

Fundação Calouste Gulbenkian, 27.06.2010

Espectadores frios, de coração quente, deram uma resposta tardia à chamada de ritmos que se esperavam mais funk. A influência da música cubana, transversal a grande parte do concerto e bem visível na base musical de rumba e salsa, confirmam a força que os ritmos da grande ilha tiveram na música da África Ocidental de então. Bandas como Bembeya Jazz National, Orchestra Baobab, Franco & OK Jazz, Le Rail Band (e outras), faziam música deliciosamente moderna, que o ocidente insiste em catalogar como produto de tradições por vezes fabricadas. Que maior mistura de ritmos? Que maior originalidade e modernidade? Desta vez, neste contexto, chamaram "Voodoo Funk" à fusão e à loucura criativa da orquestra.

Para além de ter criado o Voodoo, o pequeno Benim, país ensanduichado entre dois gigantes dos ritmos Africanos - o Gana e a Nigéria - inventou uma das orquestras que mais música deu a África e ao mundo: A Orchèstre Poly Rythmo de Cotonou gravou mais de 500 canções, distribuídas por dezenas de discos e centenas de 45". Foram dados a conhecer em 2009, pela mão da Analog Africa. O surgimento tardio de uma banda tão marcante, criada nos anos 60, só pode ter que ver com a sua proveniência geográfica. Que outra razão para ter passado tanto tempo afastada das rádios, lojas de discos e palcos ocidentais?

Os músicos que estão actualmente em digressão já não são os mesmos que fizeram as delícias de muitos ouvidos Africanos. É natural que um conjunto tão antigo se veja forçado a renovar os seus músicos. Há que lamentar a morte de grandes nomes como o guitarrista Bernard "Papillon" Zoundegnon ou o vocalista Yehoussi Leopold, que, neste concerto, não teve substituto à altura. Um dos vocalistas ainda tentou, numa fase mais repetitiva e monótona do concerto, acompanhar mais dinamicamente as contagiantes sonoridades que a secção rítmica ia construíndo. Veio para a frente do palco, dançou, tomou as rédeas do concerto e "obrigou" parte do público a colaborar. Este momento marcou o concerto que, em crescendo, viu chegar grandes momentos. Os últimos temas e o encore, entre os quais se incluía o super hit "Gbeti Madjro", trouxeram ritmos mais funk e elevaram a dinâmica da música, aproximando a actuação aos transcendentes temas do álbum que popularizou a banda: "African Scream Contest". A tarde acabou em grande...

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