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25.6.08

Emissão portuguesa de 21 de Junho de 2008

Esta emissão contou com a entrevista telefónica com Luís Barrocas (Trinta) da frenética Kumpania Algazarra, que espalha a festa e a comunhão por todos os locais onde toca.

Este foi o alinhamento:

1. Mosca Tosca – Biqueiras de Aço (-, 2005);
2. Baileburdia – Ladrão do Meio (-, 2007);
3. Kumpania Algazarra – Liberez le Monde (Kumpania Algazarra, 2008)
........Entrevista com Luís Barrocas da Kumpania Algazarra.........
4. M-Pex – Balada do Tejo (Phado, 2007);
5. Norberto Lobo – Mudar de Bina (Mudar de Bina, 2007);
6. Deolinda – Mal por Mal (Canção ao Lado, 2008);
7. Deolinda – Movimento Perpétuo Associativo (Canção ao Lado, 2008);
8. Deolinda – Eu Tenho um Melro (Canção ao Lado, 2008);
9. Deolinda – Lisboa Não é a Cidade Perfeita (Canção ao Lado, 2008);
10. A Naifa – Um Rapaz Mal Desenhado (Uma Inocente Inclinação para o Mal, 2008);
11. Diabo a Sete – Padrinho (Parainfernália, 2007)


Album em destaque:

Deolinda - Canção ao Lado

Depois de projectos como Novembro, M-Pex, A Naifa ou Donna Maria, chegou a vez dos Deolinda darem a sua visão muito particular do fado. Liderados pela voz e pela postura irreverente de Ana Bacalhau, os Deolinda são talvez, dos nomes referenciados, quem, em termos melódicos, mais próximo está do fado puro e duro, apesar da ausência da guitarra portuguesa, marcando presença o contrabaixo e as guitarras clássicas. Bastará ouvir a simplicidade dos dois temas iniciais "Mal por Mal" e "Fado Toninho" deste Canção ao Lado ("Mal por Mal" e "Fado Toninho") para perceber do que estamos a falar.
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No entanto, apesar dessa semelhança sonora, há aspectos em que este album subverte e se demarca profundamente do fado tradicional. Por um lado, pelo espírito de festa e de alegria contagiante que aqui mora, muito longe de uma certa abordagem fatalista e reaccionária do fado. Por outro, pelo conteúdo das letras, cheias de uma preciosa sátira e crítica social que percorre diversos aspectos, desde as ideias redutoras sobre o fado ("Poxa, mas no Brasil casa de fado não seria mole assim" em "Garçonete da Casa de Fado" ou "precisa de ser solto. Corre o risco de sufoco quem prende o fado na voz e anda ali com aqueles nós a apertarem a garganta" em "O Fado Não é Mau"), até ao enfado do modo de vida tradicional ("Já sou quem tu queres que eu seja: tenho emprego e uma vida normal. Mas quando acordo e não sei quem eu sou, quem me tornei, eu começo a bater mal... O teu bem faz-me tão mal" em "Mal Por Mal"), passando pela análise ao conformismo da sociedade actual ("Agora sim, temos a força toda! Agora sim, há fé neste querer! Agora sim, só vejo gente boa! Vamos em frente e havemos de vencer. - (resposta) Agora não, que me doi a barriga... Agora não, dizem que vai chover...Agora não, que joga o Benfica e eu tenho mais que fazer" no fantástico "Movimento Perpétuo Associativo").
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Mas nem só de ambientes festivos é feito este Canção ao Lado. Pelo meio existem temas com um carácter mais lento e intimista, como "Não Sei Falar de Amor", "Clandestino", o tema que fecha o album, ou o muito bonito "Lisboa Não é a Cidade Perfeita", um dos meus temas favoritos do disco.
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Concluindo, mais uma interessante surpresa nesta profícua primeira metade de 2008, no que à música portuguesa diz respeito.

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